segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Meimei

Historia deste Espirito Iluminado, que hoje nos assiste aqui no plano físico.





Meimei


ALTAMIRANDO CARNEIRO - alta_carneiro@uol.com.br - São Paulo, SP

Meimei tinha acabado de se casar na Igreja São José, em Belo Horizonte, quando na porta apareceu um mendigo, maltrapilho, sujo, cheirando mal. Aproximando-se dela, pediu: “Moça, me dá uma esmola...”. Arnaldo Rocha, o marido, puxou-a delicadamente e disse: “Mas agora? Nós estamos terminando de nos casar!” Meimei, porém, aproximou-se do mendigo e explicou: “Moço, eu não tenho nada no momento. Nem bolsa eu tenho. A única coisa que posso lhe dar é um beijo”. Dizendo isso, abraçou e beijou o mendigo.
Este é um dos dados desconhecidos da vida de Meimei, que me foram revelados na década de 90 por Patrícia Marcelino, que na ocasião era coordenadora do Grupo de Teatro da Federação Espírita do Estado de São Paulo e do Grupo de Teatro Vida Nova, do Instituto Fraternal de Laborterapia. Patrícia colheu esses dados junto a Arnaldo Rocha, na segunda-feira do Carnaval de 1990, visitando a montagem de uma peça teatral sobre a vida de Meimei, encenada em 1991. Desse material, Patrícia revelou-me os detalhes que se seguem.
O verdadeiro nome de Meimei era Irma de Castro (Irma de Castro Rocha, após o casamento), nascida em Mateus Leme, Estado de Minas Gerais, em 22 de outubro de 1922, e desencarnada em Belo Horizonte, em 1º de outubro de 1946. Filha de Adolfo Castro e Marina Castro, teve os seguintes irmãos: Carmem, apelidada de Carmelita; Ruth, Danilo, Alaíde e Rute. Quando tinha dois anos, sua família transferiu-se para Itaúna (MG). Aos cinco anos, ficou órfã de pai. Desde cedo, sobressaiu-se dos demais irmãos por ser uma criança diferente, de beleza e inteligência notáveis. Cursou até o segundo ano do Curso Normal, sendo a primeira aluna da classe.
Querida e bem-amada – Meimei era católica fervorosa. Ia à missa regularmente e fazia o terço. Foi crismada num local denominado Olinda, perto de Mateus Leme. Tinha quatro anos, era engraçadinha e chamava a atenção pela maneira de ser. O padre a denominou uma criança divina e começou a chamá-la de Naná, apelido pelo qual passou a ser conhecida.
O apelido Meimei surgiu quando ela e o Arnaldo, lendo uma edição da revista Momentos de Pequim, encontraram referências ao livro de um escritor americano que descrevia uma personagem chamada Meimei. No final da matéria, havia um glossário, com o significado do termo Meimei: a noiva querida, a bem-amada. A expressão “Amor puro”, que é registrada nas biografias, foi criada pela irmã Rute.
O apelido ficou guardado em segredo entre os dois, sendo usado apenas nos seus momentos íntimos. Quando ela desencarnou, começou a usá-lo na assinatura de suas psicografias através do médium Francisco Cândido Xavier. Foi então que o fato veio a público.
A família de Meimei era católica. A de Arnaldo Rocha era espírita. Mas ele era ateu, radical e convicto, tendo-se convertido, depois, ao Espiritismo.
Desejo de ser mãe – Apesar de ter sido muito bonita, Meimei era extremamente modesta e de Espírito elevado e não se orgulhava dos dotes que Deus lhe dera. Era pura e simples no modo de proceder. Onde quer que aparecesse, era querida e admirada por todos. Irradiava beleza e encantamento. Não era dada às conquistas próprias da sua idade. Caridosa, ajudava a todos os pobres que encontrava, socorrendo-os e confortando-os.
Adorava crianças e tinha um forte desejo: o de ser mãe, não o concretizando, não só porque o casamento, aos 22 anos, durou apenas dois anos, pois desencarnou aos 24 anos, como pelo agravamento da moléstia de que era portadora: nefrite crônica, acompanhada de pressão alta e necrose nos rins. Seu casamento com Arnaldo Rocha foi um lindo sonho de amor, mas Meimei teria uma curta existência terrena.
Toda criança que passava por Meimei recebia o cumprimento: “Deus te abençoe”. Ela tinha um filho imaginário. Quando Arnaldo chegava do trabalho e sentava-se ao seu lado, ela dizia: “Meu bem, você está sentado em cima de meu principezinho”. Este “principezinho” era o filho imaginário que ela julgava ter. Por isso, Arnaldo Rocha costumava dizer que ela foi uma mulher frustrada. Por isso, a ligação de Meimei com as crianças.
Onde estaria Meimei no Plano Espiritual? – Muitos perguntam qual a evolução de Meimei no Plano Espiritual. Depois que ela desencarnou, teve a ajuda de Emmanuel, André Luiz e outros. Seu Espírito, que já era elevado, cresceu no Mundo Maior. Segundo Patrícia Marcelino, Meimei é a personagem Blandina, citada no capítulo IV, intitulado No Lar da Bênção, do livro Entre a Terra e o Céu (FEB), ditado por André Luiz, através da psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Para que o leitor tenha noção do que seja o Lar da Bênção, destacamos trechos do início do capítulo:
“Doce melodia que enorme conjunto de meninos acompanhava, cantando um hino delicado de exaltação do amor materno, vibrava no ar. Sob tufos de vegetação verde-clara, muitas senhoras sustentavam lindas crianças nos braços. ‘É o Lar da Bênção – informa o instrutor satisfeito – Nesta hora, muitas irmãs da Terra chegam em visita a filhinhos desencarnados. Temos aqui importante colônia educativa, misto de escola de mães e domicílio dos pequeninos que regressam da escola carnal.’
“O pequeno Júlio não se encontra no grupo. Acha-se no Lar de Irmã Blandina. Rumamos para lá. Em poucos minutos, chegávamos diante do pequeno castelo muito alvo, em que se destacavam as ogivas azuis, coroadas de trepadeiras em flor. Atravessamos extenso jardim, embalsamado de aroma.
Rosas opalinas, ignoradas na Terra, de mistura com outras flores, desabrochavam profusamente. A irmã Blandina recebeu-nos sorridente, apresentando-nos uma senhora simpática, que lhe fora avó no mundo”.
Prece da criança – Meimei, por intermédio de Francisco Cândido Xavier, escreveu esta linda mensagem:
“Amigo que me proteges: não relegues minha querida Mãezinha ao esquecimento. Ajuda-me, ajudando-a. Sou a flor que promete fruto. Ela é a árvore que me abriga. Sem a seiva que a socorre, meu destino é a frustração. Sou a corrente que se move para o futuro. Ela é a fonte que me alimenta.
Se o veneno da terra poluir o manancial que me nutre, ainda que eu não o deseje, espalharei no solo da vida a perturbação e a morte. Lembra-te de que a Mãezinha é a ternura que me afaga, o carinho que me levanta, a voz que me abençoa e o regaço que me acalenta... Como poderia reconfortar-me, sem lhe ver nos olhos o fulgor da alegria?
Irmão que me estendes o braço amigo, não venho a sós, ao teu encontro. Não derramarás tua luz em minha taça de esperança, olvidando na sombra a mão que me ergue. Toma-me o coração, mas não desprezes o coração de Mãezinha, cofre de amor e luz, talhado em meu auxílio, pelo Coração paternal de Deus.”

Fonte: O Consolador






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