domingo, 31 de dezembro de 2017

Criança viciada em game dificilmente tem cura
Mesmo após diagnóstico, mais de 80% dos dependentes tecnológicos persistem no hábito
BEATRIZ SALOMÃO

Curitiba - Um alerta aos responsáveis: o uso excessivo de jogos eletrônicos por crianças não é ‘uma fase que passa com o tempo’. Estudo com 3.034 pessoas, com idades de 8 a 14 anos, constatou que 84% dos ‘viciados’ nos games mantinham o comportamento mesmo após dois anos do diagnóstico. Notas baixas e isolamento social são os principais efeitos do hábito. 
Crianças e adolescentes de Cingapura foram acompanhados de 2007 a 2009, e em 10% foi constatado o uso abusivo. A pesquisa ‘Uso Patológico de Videogame entre Jovens’ foi feita por psiquiatras das universidades de Iowa (Estados Unidos), Nacional de Cingapura e Politécnica de Hong Kong. Daniel Spritzer, coordenador do Grupo de Estudos sobre Adições Tecnológicas (Geat), com sede no Rio Grande do Sul, alerta que o problema não pode ser encarado como comportamento comum. “Na maioria dos casos, não passará sozinho”, avisa. 
 
Gabriel, 13 anos, passa seis horas por dia em frente ao computador, muitas vezes jogando online com os amigos. Ele garante que tira notas boas. Foto:  José Pedro Monteiro / Agência O Dia  




Segundo o especialista, a dependência tecnológica se manifesta da mesma maneira que o vício em drogas, como cocaína e maconha. Sintomas, como a abstinência, são parecidos e as áreas cerebrais ativadas (sistema de recompensa e prazer), as mesmas. A dependência tecnológica se divide em quatro: de jogos eletrônicos; redes sociais; smartphones; e conteúdo sexual online. O psiquiatra explica que o tempo dedicado aos jogos não é o que determina a dependência, mas o prejuízo na vida do jovem. Baixo rendimento escolar é o principal sinal de alerta e cabe à família impor limites. “É a regra de primeiro o dever e depois, o lazer”, lembra. 
Aluno do sétimo ano, Gabriel Figueiredo Fernandes Lobão, 13 anos, conta que passa seis horas por dia em frente ao computador. Do outro lado da tela, dezenas de amigos com quem joga online. O adolescente garante que o hábito não atrapalha as notas, mas assume que já adiou o início do dever de casa por causa dos games. “Já fiquei um dia inteiro jogando. Às vezes, chamo meus amigos para sair, mas eles preferem ficar no computador”, conta.

Guilherme, 9: ótimo aluno, gosta de jogos e acha redes sociais chatas

     Foto:  arquivo pessoal

Foto:  arquivo pessoal
Meninas nas redes sociais, meninos nos videogames 


Gratificação imediata e com pouco esforço, além da sensação de poder. Essas são as principais justificativas para a dependências em games. De acordo com Aline Restano, psicóloga e membro do Geat, os jogos atraem mais os meninos e as redes sociais, as meninas. “O game envolve questões como poder e força. Já redes sociais mexem com a imagem”, explica, acrescentando que o vício muitas vezes se relaciona a problemas ‘offline’, como solidão. 
O tema foi abordado no 31º Congresso Brasileiro de Psiquiatria, realizado entre 23 e 26 de outubro, em Curitiba. Segundo Guilherme Crelier de Aquino, 9 anos, os jogos online ajudaram a fazer novos amigos quando mudou de escola. Apesar de passar até seis horas por dia no computador, ele diz que tem as melhores notas da sala. “Enjoei do Facebook. Acho os jogos mais interessantes e criativos”. 

Sinais de alerta

  • Preocupação

Pensamentos excessivos em jogos passados e ficar ‘planejando’ as próximas sessões. Perda de interesse por outras atividades.
  • Abstinência

Irritabilidade, ansiedade e tristeza quando a internet e os jogos são tirados.

  • Tolerância

Para se sentir satisfeito, são necessárias cada vez mais horas em frente à tela. Aumento da necessidade de jogar. 

  • Perda de controle


Tenta parar de jogar, mas não consegue, mesmo sabendo dos riscos do vício.

  • Fuga


Recorre à tecnologia para esquecer problemas. 

  • Prejuízo

Teve relações pessoais prejudicadas ou perdeu aulas devido ao vício. 


http://odia.ig.com.br/noticia/mundoeciencia/2013-11-03/crianca-viciada-em-game-dificilmente-tem-cura.html







sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

DINÂMICA: família, valores éticos e respeito dentro do lar

Distribuir as metades dos corações entre as crianças que deverão procurar a outra metade até completar a palavra.
Depois que encontrarem, cada dupla conversa entre si sobre a palavra e depois com a ajuda do educador conversar sobre o assunto. O educador deve fazer perguntas diretas, como por exemplo como é a sua relação com os irmãos em sua casa?
Será que está bom ou poderia melhorar?
Explicar que assim como a palavra só ficou completa com a outra metade do companheiro de aula, no lar precisamos uns dos outros para sermos uma família completa e feliz.     
             

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ATITUDES QUE O EVANGELIZADOR DEVE EVITAR

A Evangelização de crianças e jovens objetiva a educação integral do ser, oferecendo a estes o Conhecimento Espírita e a Moral Evangélica deixada por Jesus.
O evangelizador, como espírito imortal, traz uma história acumulada ao longo de sua trajetória de evolução, vivencia o processo de autoconhecimento e exemplifica o auto-aperfeiçoamento refletindo na sua conduta os valores cristãos.
No exercício da tarefa, sente a necessidade de aprimoramento pedagógico e neste contexto vejamos algumas atitudes que devem ser evitadas:
- iniciar a aula sem o preparo espiritual: fazer uma prece ou leitura edificante antes da aula eleva nosso padrão vibratório e permite que possamos sintonizar com os benfeitores espirituais, refletindo na qualidade da aula;
- planejar a aula em cima da hora: não nos permite aprofundá-la em nós mesmos, refletir sobre o ensinamento que estamos propondo.
- ler a aula: é cansativo e provoca desinteresse, demonstra falta de planejamento e estudo;
- não se preparar para possível falta do parceiro: imprevistos podem acontecer, então é necessário estudar o roteiro de aula e se inteirar do assunto, evitando transtornos para você e prejuízos para as crianças;
- deixar de avisar o parceiro quando existir a possibilidade de você não conseguir chegar para o horário da evangelização: isso demonstra respeito pelo parceiro, deixando-o preparado para a situação;
- repetir recursos: histórias podem ser relembradas quando precisamos voltar à linha de pensamento de aulas anteriores; jogos e atividades podem se repetir, desde que tenham um bom espaço de tempo entre a época da aplicação das mesmas;
- permanecer sentado ou no mesmo lugar: somente em atividades rápidas que exijam imobilidade, pois corremos o risco de perder o domínio de sala. O melhor é conservar-se de pé, andando entre os evangelizandos, chamando a atenção para o assunto em pauta;
- falar baixo: é cansativo e provoca desinteresse, use tom médio, sem baixar ou elevar de mais a voz;
- assistir a aula do companheiro: deve-se ter conhecimento prévio do plano de aula, inteirando-se das atividades e do conteúdo para ter atitude participativa na mesma;
- permitir desordem na sala: ensinar os evangelizandos a esperar sua vez de falar, o momento de ouvir, a cumprir as regras da sala (determinadas no início do trabalho junto com os evangelizandos);
- adaptar-se ao meio: exercer sobre o meio sua influência e não ganhar dele os vícios;
- reagir: em toda situação difícil pare, respire, pense e só então aja;
-linguagem inadequada: linguagem inacessível ao entendimento prejudica a compreensão, a linguagem deve ser clara e simples, evitando-se gírias e termos chulos.

 (O Que é Evangelização? Fundamentos da Evangelização Espírita da Infância e da Juventude, FEB, 1987).     
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domingo, 17 de setembro de 2017

Honestidade, por que.

PLANO DE AULA









TEMA: Honestidade - por que


1. OBJETIVO: A criança deverá compreender a honestidade como uma virtude que, exercitada, contribui para uma posição confortável do Espírito diante da própria consciência, pois que ela se traduz por fidelidade não só às leis humanas, mas, sobretudo, às leis divinas.



Material didático: Cartazes com palavras diversas (vide a Incentivação), fichas com os casos e material para a anotação das conclusões.


2. AULA:


a) Incentivarão inicial: O Jogo do Contrário. O evangelizador irá apresentando às crianças cartazes com algumas palavras, e elas deverão rapidamente dizer o antônimo das mesmas (explicar o que seja antônimo, se as crianças não o souberem).


Por exemplo: Claro (Escuro), Alto (Baixo), Grande (Pequeno), Feio (Bonito), Rico (Pobre), Áspero (Macio), Gordo (Magro), Sincero (Mentiroso), Honesto (Ladrão), Alegre (Triste), Calmo (Nervoso), etc...


Informar aos pequenos que irão conversar sobre uma daquelas palavras, mostrando-lhes o cartaz com o vocábulo HONESTO.


b) Desenvolvimento: Exposição.


Comentar os itens abaixo, desdobrando-os, se necessário:


- Todos nós, os seres humanos, temos uma inteligência desenvolvida, temos a noção do que é certo e o que é errado. Isto porque as leis divinas estão impressas em nossa consciência, e, à medida que evoluímos, elas vão se tornando cada vez mais claras em nosso entendimento, como se uma voz nos falasse lá de dentro de nós mesmos, alertando-nos sobre o erro, sobre o perigo;


- O certo é tudo aquilo que produz o bem, para nós ou para os outros, respeitados os direitos de cada um;


- Nem sempre, porém, ouvimos a voz da consciência, nem sempre ficamos em acordo com as Leis de Deus, preferindo o caminho errado;


- Poderemos usar este caminho errado para enganar o próximo, ou a nós mesmos, fingindo, dissimulando, roubando... E aí estaremos sendo desonestos;


- A desonestidade, que vai desde a “mentira” aparentemente pequena, até grandes roubos, é uma qualidade extremamente negativa, que acaba por levar o desonesto à enfermidade, ao desequilíbrio. Isto porque não conseguimos agir contra nossa consciência durante muito tempo, sem pagar o preço do remorso, e, após o arrependimento, a reparação, geralmente com muito sofrimento;


- Se desejamos, portanto, ter a consciência tranquila, preservarmos nossa saúde física, mental e espiritual, jamais deveremos agir com desonestidade.


3. Fixação: Estudo de casos.

Poderá ser feito com toda a turma estudando, juntos, os dois casos, ou os mesmos serão distribuídos um para cada grupo.

Em se escolhendo a primeira opção (todos juntos), as crianças formarão um círculo ao redor de uma mesa, ou assentadas no chão, para facilitar as discussões. Ao final dos debates, as conclusões serão apresentadas por um relator.


CASO 1 - (LESAR O OUTRO)


Uma mulher chega em casa, muito brava, comentando com o marido que lhe passaram uma nota falsa de cinquenta reais. O marido pede para ver a nota falsa e ela responderá que não poderá mostrá-la porque também já a passou no supermercado.

Perguntas: (1). Onde está o ato desonesto?

(2). Quem agiu desonestamente?

(3). Quais as consequências do ato desonesto?


CASO 2 - (PROMETER E NÃO CUMPRIR)


O candidato a presidente do time de futebol de salão do colégio promete que se for eleito, ele irá dar uniformes novos e tênis para todos os jogadores. Irá também dar prêmios de cem reais para cada um toda vez que o time ganhar um jogo. O candidato sabe, porém, que não tem condições de cumprir as promessas; ele deseja apenas garantir votos para a vitória nas urnas.

Perguntas:


(1). Onde está a desonestidade?


(2). Que prejuízos a atitude do candidato pode trazer para ele mesmo e para os outros?


OBSERVAÇÃO - O evangelizador não deverá falar de que tipo de desonestidade trata cada caso, mas incentivará os debates e conduzirá a conclusão, conforme a dificuldade das crianças.


4- BIBLIOGRAFIA: I Tim, 2: 2.; CI, 2a. Parte, III: Joseph Bré; Depois da Morte (Léon Denis), cap. XLIII; Desperte e Seja Feliz (Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco), cap. 24.



Fonte: ALIANÇA MUNICIPAL ESPÍRITA DE JUIZ DE FORA (AME-JF) AULA No. 24 Departamento de Evangelização da Criança (DEC)





sábado, 12 de agosto de 2017

domingo, 6 de agosto de 2017

Tomás Novelino, um discípulo de Anália Franco e Eurípedes


História da Educação Espirita no Brasil. 
"A verdadeira caridade não é acolher o desprotegido, mas promover-lhe a capacidade de se libertar". Anália Franco 



Tomás Novelino, um discípulo de Anália Franco e Eurípedes - (Parte 1/4)  




Tomás Novelino, um discípulo de Anália Franco e Eurípedes - (Parte 2/4)






Tomás Novelino, um discípulo de Anália Franco e Eurípedes - (Parte 3/4)


Tomás Novelino, um discípulo de Anália Franco e Eurípedes - (Parte 4/4)



















  

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Contando História


 Uma evangelizadora muito dedicada da Fraternidade Espírita Bom Samaritano, Arniqueira, DF, nossa amiga super criativa, Fernanda, gentilmente cedeu essas imagens do recurso que fez para ilustrar essa linda história.

Houve todo um processo de pesquisa e montagem de imagens para conclusão desse belíssimo trabalho.Todas foram retiradas do blog da tia Adelita.
Notem que quando se quer fazer algo em prol do bem conseguimos inspiração pra buscar, pesquisar, incrementar e reaproveitar materiais, no caso, canos e caixa. Ficou muito lindo essa forma de apresentação. Parabéns!!



Conte a história “O que Jesus nos pede” do livro Escuta meu filho, do Espírito Aura Celeste: “O pequeno Zacarias era um menino muito obediente. Toda a vizinhança o estimava muito, porque estava sempre pronto para servir, além de ser delicadíssimo no trato com as pessoas e animais. A mãe do menino chamava-se Ester e era ainda moça e bonita. O pai, Joeb, era um rapagão de trinta anos, que ganhava a vida nos rudes trabalhos do campo. Enquanto o pai trabalhava, Zacarias ajudava a mãe nos serviços do lar e estudava. Crescia, assim, exercitando suas faculdades num ambiente de trabalhos e pureza. Certa vez, a mãe adoecera gravemente. Joeb fora obrigado a fazer uma pausa nas lides do campo, a fim de proporcionar à esposa a assistência indispensável. As economias do casal não eram bastantes que permitissem ao marido contratar os serviços de um médico. Assim, passavam-se os dias e a saúde de Ester apresentava graves sintomas. O marido começava a desesperar-se. Que poderia fazer naquela situação angustiosa? Zacarias participava da preocupação do pai. Seu coração de filho amantíssimo estava passando por duros transes. Às vezes, o menino se escondia nos cantos da casa para chorar, longe da vista do pai aflito. 



Certa manhã, em que o Sol dourava ainda mais o chão amarelo de Betânia, Joeb disse ao garoto:

 - Zacarias, meu filho, a lavoura está ameaçada pelas ervas daninhas e sua mãe continua mal. Que sugeres? Devo ir ao campo ou continuar ao lado de Ester?
 - Fica junto de mamãe, enquanto irei substituir-te na lavoura - fora a resposta pronta do menino. - Mas, como, filho? Não chegaste ainda aos dez anos! Onde vais arranjar forças para o rude trabalho da enxada?
 - Não penses nisso, pai. Não te aflijas porque tudo há de correr bem. Até mamãe vai ficar boa logo.
- Quem te disse isso, filho? - Indagou Joeb, impressionado com o tom firme da voz de Zacarias. O menino observou com íntima alegria o brilho de esperança nos olhos negros do pai e esclareceu:
 - Tenho pedido muito ao Nazareno para curar mamãe...
- Onde o encontraste? Dizem que não existe nada mais difícil que um encontro com esse Jesus que não conhecemos.
- Eu não o encontrei, pai. Faço meus pedidos por meio de minhas orações...
- Entretanto, Jesus não apareceu... - diz Joeb, melancolicamente.
 - Mas aparecerá! Assim me diz o coração - afirma o menino em tom vivo e convicto, enquanto tomava a enxada do pai.
Dentro de pouco, estava a caminho da roça do genitor. A tarefa daquele primeiro dia deixara grandes bolhas nos dedos do menino. As mãos apresentavam manchas avermelhadas com doloridas. Mas, Zacarias estava muito satisfeito por sentir-se útil aos queridos pais. Durante as horas de serviço, o pensamento estava sempre na mãezinha enferma. Coitada! Estava tão abatida!... Cada dia parecia mais magra. E se Jesus não atendesse ao seu pedido? Não, tal coisa não aconteceria. Por que, então, aquela certeza, perfumando o coração do menino? 
Esses pensamentos visitavam a cabecinha de Zacarias quando, qual homenzinho, regressava ao lar, de volta do trabalho. A uns cem metros da casinha humilde, encontrou-se com um moço muito belo, que lhe tomou as mãozinhas feridas e as beijou longamente. O menino, encantado e sob as impressões da alegria e da timidez, ouviu a voz suave e cheia de sonoridade divina do desconhecido: - Zacarias, tua mãe está salva. Ela deve agradecer o fato ao teu coração de filho abnegado. Aquele homem alto, em cujo olhar Zacarias contemplava uma luz mais brilhante que a do Sol, falou ainda:
- Há muito tenho escutado as rogativas de tua alma, porém, esperava o instante em que o primeiro sacrifício saísse de tuas mãos. Porque somente àquele que se dispõe à ação, dentro do Amor, é que Deus, o Pai Misericordioso, permite as grandes bênçãos. É preciso fazer alguma coisa para merecer o olhar de Bondade do Pai. Zacarias compreendera que estava diante do Cristo e se jogou de joelhos aos seus pés, beijando-lhe as sandálias rotas. Jesus levantou-o carinhosamente e apontou-lhe o caminho do lar, sem mais uma palavra. O menino tomara a rota indicada com os olhos marejados de lágrimas e o peito arfando em soluços incontidos. Em casa, a doce mãezinha aguardava o filho com as faces bonitas, mostrando o expressivo brilho da saúde que voltara. ”






Parabéns!!!! Que Deus lhe abençoe nessa tarefa bendita de evangelização das almas!!!!

https://jardineirasdeplantao2.blogspot.com.br/2017/






domingo, 2 de julho de 2017

PLANO DE AULA

Parábola do Amigo Importuno

Objetivo: definir a verdadeira amizade, compreender que nosso Pai Celeste é incomparavelmente mais solícito para com suas criaturas do que o melhor dos amigos da Terra, e que O busquemos através da prece intercessória, da fé, persistência e trabalho, ou seja, fazendo nossa parte.

Subtemas: Amizade verdadeira; Prece, pedir com perseverança.

Bibliografia: Lucas XI, 5-13; ESE cap. V Item 26; LE Q. 707; Pão Nosso, cap. 17; Parábolas e Ensinos de Jesus, Cairbar Schutel, “Parábola do Amigo Importuno”.

PRIMEIRO MOMENTO: Texto evangélico



 “Um dia Jesus estava rezando num certo lugar. Quando terminou, um dos discípulos lhe pediu: ‘Senhor nos ensina a rezar...’ E Jesus em resposta ensinou-lhes a oração do Pai Nosso. ’ Ao terminar, a seguir, Ele acrescentou contando essa parábola (história):
” Se um de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: ‘Amigo, empresta-me três pães, pois um amigo meu chegou de viagem, e não tenho nada para oferecer’, e ele responder lá de dentro: ‘Não me incomodes; a porta já está fechada e eu e meus filhos já estamos deitados; não posso me levantar para te dar os pães’. Eu vos digo: Se ele não se levantar e não lhe der os pães por ser seu amigo, ao menos se levantará por causa do incômodo e lhe dará quantos necessitar.
E eu vos digo: Pedi, e será vos dado; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-á. Pois todo aquele que pede, recebe; o que busca, acha; e ao que bate, será lhe aberto. Que pai dentre vós dará uma pedra a seu filho que pede um pão? Ou dará uma cobra se ele pedir um peixe? Ou se pedir um ovo lhe dará um escorpião? Se, pois, vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai Celestial saberá dar um bom Espírito aos que pedirem! ” - (Lucas XI, 5-13.)

Interpretação do texto evangélico

Esta parábola nos faz refletir sobre o valor da amizade, do auxílio daqueles quem nos pedem ajuda, e da importância da persistência e da prece.
Nós podemos não ser bons para com um adversário, desafeto ou um desconhecido. Mas, quando se trata de um amigo, mesmo essa amizade que o mundo conhece, frágil e volúvel, sem falar da amizade verdadeira que é coisa rara nesta Terra de aparências, quando se trata de um amigo ou de um conhecido que nos seja simpático, estamos prontos a servi-lo, seja de dia, seja de noite, seja por ser amigo, seja para não sermos importunados.
Mas, na verdade, Jesus ao contar esta história aos discípulos, não dizia que devemos ser superficiais, interesseiros, para não ficarmos mal vistos, ou nos ver “livres” daquele amigo, ou ajudar por mera conveniência.
O amigo foi considerado inconveniente buscando ajuda à meia-noite, a hora de dormir para resolver problema de uma terceira pessoa. É uma situação em que, existindo laços de verdadeira amizade, os incômodos serão ignorados e o amigo será prontamente atendido. Na verdade, o momento mais propício para reconhecer uma amizade verdadeira é quando passamos por dificuldades.
Jesus não perdia ocasião para ensinar, e também essa parábola ensinava a perseverança em qualquer situação da vida, ajudar mesmo diante das dificuldades, persistência na prece. E também, soma-se o ensinamento maior de Jesus: amar o próximo, ajudando a todas pessoas independentemente de serem nossos amigos, inimigos, ou desconhecidos.  
Um fato que não pode passar despercebido, na parábola, é a intercessão, ou seja, o ato de pedir, rogar por alguém, intermediar a favor de alguém. O amigo perseverante foi em busca de auxílio em benefício de um amigo por não possuir recursos próprios para auxiliar, pedindo então a quem oferece condições para tal.
Interceder por um amigo é um dos mais belos atos de fraternidade e constitui grande benefício quando sincero, levando conforto e energia.
Quando Jesus fala em amigos, refere-se a irmãos sinceros e devotados. Quando agimos na direção da luz, amando sempre, dentro dessas normas sublimes de solidariedade sublime, poderemos contar com a dedicação e do socorro de amigos fiéis.
Quantas vezes a Boa Nova registra a ação de Jesus em favor dos sofredores e desvalidos por intercessão de terceiros. Recordemos, como ilustração, a cura do paralítico de Cafarnaum ou do cego de Betsaida, que são conduzidos à presença do Mestre pelo auxílio de terceiros. Sendo assim, devemos, sempre, atender os amigos, de acordo com as nossas possibilidades.
Não negamos amparo ou assistência aos companheiros que precisam de socorro. A questão da amizade real é da maior importância no texto. Estamos ligados aos amigos pelos vínculos da simpatia.
O dom mais precioso que existe é a amizade. As paixões esfriam. As ilusões de cargos, de posições e de poder se desintegram como em um breve sonho. Da mesma forma, posses, dinheiro e bens desaparecem, assim como surgiram. Tudo é passageiro na existência, menos a amizade. Se bem cultivada, ela se perpetua, amplia e se fortalece ao longo do tempo.
Devemos atender as pessoas por amizade ou solidariedade, jamais para nos ver livres delas. Esta é a atitude cristã e espírita.
Todavia, devemos ter no coração, que se um amigo nos ofende, voluntária ou involuntariamente, não devemos nos conduzir por melindres, pelas suscetibilidades ou mágoas. Ele é um companheiro como nós, que possui imperfeições na alma, e é passível de errar. E assim, em todas relações fraternas faz-se necessária a presença da compreensão e da tolerância. Devemos relevar as ofensas, por maiores que sejam.
Mas, há também mais um ensino claro e insofismável na parábola, se em vez de apelarmos para um amigo, se o fizermos para o nosso Pai Divino? Maior ainda será a certeza do atendimento.
Deus é infinitamente mais solícito para com Suas criaturas do que o melhor dos amigos; assim, pois, qualquer que seja o grau de nossa imperfeição, de nossa indigência moral, se nos dirigirmos a Ele em prece sincera, podemos estar certíssimos de que o socorro da Providência não nos faltará.
Mas, é preciso entender que nem tudo que solicitarmos ao Pai Ele poderá nos atender de imediato, pois Ele nos conhece mais do que nós mesmos, Ele antevê nossas necessidades e conhece nossas fraquezas, e sabe o que é bom para nós. Algo que hoje desejamos muito na Terra, pode ser motivo para nossa queda moral ser maior. E isso não deve ser motivo de perdermos a fé em Deus. A persistência na oração, o cumprimento correto dos deveres, a caridade, bondade, perdão para com o semelhante, é um ato de fé de maturidade espiritual, que nos beneficiará sempre. Sejamos persistentes no bem e na prece, na conversa diária com nosso Pai Celestial.

SEGUNDO MOMENTO: DINÂMICA – EVANGELHO “NAS COSTAS”

Objetivo: Podemos descobrir muito sobre nós mesmos observando nossos irmãos. Verificar a importância de comunicarmos uns com os outros.

Material: Pedaços de papel com passagens evangélicas e fita adesiva

Idade Sugerida: A partir dos 10 anos.

Desenvolvimento:
Colocar as frases nas costas conforme a lista a seguir. Depois de fixos os bilhetes, dizer aos participantes que deverão circular pela sala e explicar a frase contida nos bilhetes das costas dos outros, sem dizer o que está escrito. Depois, parar a brincadeira e, um por um, dirá o que acha que está escrito em seu bilhete e porque chegou a esta conclusão. Caso não descubra, os outros participantes darão dicas. Também pode ser aplicada usando apenas mímicas. Caso o grupo precise, pode-se esticar um cordão e pregar nele as várias passagens, sem os títulos, para ajudar as associações de ideias.

Sugestão dos Bilhetes:
Felizes os que são mansos (calmos, que não gostam de violência, confusão, etc.)
Não faça ao próximo o que não deseja receber dele.
Bem-aventurados os pobres de espírito (pessoas humildes e que sabem que não são melhores do que ninguém, que todos somos iguais perante Deus.)
Bem-aventurados os que choram (sofrer sem reclamar, sem incomodar os outros)
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça (acreditar na justiça de Deus, em sua bondade e sabedoria)
Bem-aventurados os misericordiosos (compreender e perdoar o irmão, esquecendo a ofensa)
Bem-aventurados os limpos de coração (não ter maldade, desejar e agir para o bem de todos)
Bem-aventurados os pacificadores (procurar viver em paz, aquele que acalma as pessoas em situações agressivas)
Ama ao seu próximo como a você mesmo.
O que não quiser para você, não deseje para o próximo.
Dever nosso é ser Caridosos (sempre estar pronto a ajudar as pessoas que estão à nossa volta)
Queira bem a seus inimigos, faça o bem aos que façam o mal.
Todo mal que você receber, faça o bem.


TERCEIRO MOMENTO:

ATIVIDADE 1: Fazer a leitura do texto: “A amizade real”, de Neio Lúcio, psicografia de Francisco Cândido Xavier, e estimulá-los a comentar a história, verificando o entendimento da turma.

ATIVIDADE 2: Distribuir atividade escrita caça-palavras.

PRECE FINAL

ATIVIDADE 1 - TEXTO DE APOIO:

A Amizade Real

Um grande senhor que soubera amontoar sabedoria, além da riqueza, auxiliava diversos amigos pobres, na manutenção do bom ânimo, na luta pela vida.
Sentindo-se mais velho, chamou o filho à cooperação. O rapaz deveria aprender com ele a distribuir gentilezas e bens.
Para começar, enviou-o à residência de um companheiro de muitos anos, ao qual destinava trezentos cruzeiros mensais.
O jovem seguiu lhe as instruções.
Viajou seis quilômetros e encontrou a casa indicada. Contrariando lhe a expectativa, porém, não encontrou um pardieiro em ruínas. O domicílio, apesar de modesto, mostrava encanto e conforto. Flores perfumavam o ambiente e alvo linho vestia os móveis com beleza e decência.
O beneficiário de seu pai cumprimentou-o, com alegria efusiva, e, depois de inteligente palestra, mandou trazer o café num serviço agradável e distinto. Apresentou-lhe familiares e amigos que se envolviam, felizes, num halo enorme de saúde e contentamento.
Reparando a tranquilidade e a fartura, ali reinantes, o portador regressou ao lar, sem entregar a dádiva.
— Para quê? — Confabulava consigo mesmo — aquele homem não era um pedinte. Não parecia guardar problemas que merecessem compaixão e caridade. Certo, o genitor se enganara.
De volta, explicou ao velho pai, particularizadamente, quanto vira, restituindo-lhe a importância de que fora emissário.
O ancião, contudo, após ouvi-lo calmamente, retirou mais dinheiro da bolsa, dobrou a quantia e considerou:
— Fizeste bem, tornando até aqui. Ignorava que o nosso amigo estivesse sob mais amplos compromissos. Volta à residência dele e, ao invés de trezentos, entrega-lhe seiscentos cruzeiros, mensalmente, em meu nome, de ora em diante. A sua nova situação reclama recursos duplicados.
— Mas, meu pai — acentuou o moço —, não se trata de pessoa em posição miserável. Ao que suponho, o lar dele possui tanto conforto, quanto o nosso.
— Folgo bastante com a notícia — exclamou o velho.
E, imprimindo terna censura à voz conselheira, acrescentou:
— Meu filho, se não é lícito dar remédio aos sãos e esmolas aos que não precisam delas, semelhante regra não se aplica aos companheiros que Deus nos confiou.  Quem socorre o amigo, apenas nos dias de extremo infortúnio, pode exercer a piedade que humilha ao invés do amor que santifica.  Quem espera o dia do sofrimento para prestar o favor, muita vez não encontrará senão silêncio e morte, perdendo a melhor oportunidade de ser útil.  Não devemos exigir que o irmão de jornada se converta em mendigo, a fim de parecermos superiores a ele, em todas as circunstâncias. Tal atitude de nossa parte representaria crueldade e dureza. Estendamos-lhe nossas mãos e façamo-lo subir até nós, para que nosso concurso não seja orgulho vão.  Toda gente no mundo pode consolar a miséria e partilhar as aflições, mas raros aprendem a acentuar a alegria dos entes amados, multiplicando-a para eles, sem egoísmo e sem inveja no coração. O amigo verdadeiro, porém, sabe fazer isto. Volta, pois, e atende ao meu conselho para que nossa afeição constitua sementeira de amor para a eternidade. Nunca desejei improvisar necessitados, em torno de nossa porta e, sim, criar companheiros para sempre.
Foi então que o rapaz, envolvido na sabedoria paterna, cumpriu quanto lhe fora determinado, compreendendo a sublime lição de amizade real.

Fonte: “Alvorada Cristã “, Francisco C. Xavier / Neio Lúcio