domingo, 2 de julho de 2017

PLANO DE AULA

Parábola do Amigo Importuno

Objetivo: definir a verdadeira amizade, compreender que nosso Pai Celeste é incomparavelmente mais solícito para com suas criaturas do que o melhor dos amigos da Terra, e que O busquemos através da prece intercessória, da fé, persistência e trabalho, ou seja, fazendo nossa parte.

Subtemas: Amizade verdadeira; Prece, pedir com perseverança.

Bibliografia: Lucas XI, 5-13; ESE cap. V Item 26; LE Q. 707; Pão Nosso, cap. 17; Parábolas e Ensinos de Jesus, Cairbar Schutel, “Parábola do Amigo Importuno”.

PRIMEIRO MOMENTO: Texto evangélico



 “Um dia Jesus estava rezando num certo lugar. Quando terminou, um dos discípulos lhe pediu: ‘Senhor nos ensina a rezar...’ E Jesus em resposta ensinou-lhes a oração do Pai Nosso. ’ Ao terminar, a seguir, Ele acrescentou contando essa parábola (história):
” Se um de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: ‘Amigo, empresta-me três pães, pois um amigo meu chegou de viagem, e não tenho nada para oferecer’, e ele responder lá de dentro: ‘Não me incomodes; a porta já está fechada e eu e meus filhos já estamos deitados; não posso me levantar para te dar os pães’. Eu vos digo: Se ele não se levantar e não lhe der os pães por ser seu amigo, ao menos se levantará por causa do incômodo e lhe dará quantos necessitar.
E eu vos digo: Pedi, e será vos dado; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-á. Pois todo aquele que pede, recebe; o que busca, acha; e ao que bate, será lhe aberto. Que pai dentre vós dará uma pedra a seu filho que pede um pão? Ou dará uma cobra se ele pedir um peixe? Ou se pedir um ovo lhe dará um escorpião? Se, pois, vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai Celestial saberá dar um bom Espírito aos que pedirem! ” - (Lucas XI, 5-13.)

Interpretação do texto evangélico

Esta parábola nos faz refletir sobre o valor da amizade, do auxílio daqueles quem nos pedem ajuda, e da importância da persistência e da prece.
Nós podemos não ser bons para com um adversário, desafeto ou um desconhecido. Mas, quando se trata de um amigo, mesmo essa amizade que o mundo conhece, frágil e volúvel, sem falar da amizade verdadeira que é coisa rara nesta Terra de aparências, quando se trata de um amigo ou de um conhecido que nos seja simpático, estamos prontos a servi-lo, seja de dia, seja de noite, seja por ser amigo, seja para não sermos importunados.
Mas, na verdade, Jesus ao contar esta história aos discípulos, não dizia que devemos ser superficiais, interesseiros, para não ficarmos mal vistos, ou nos ver “livres” daquele amigo, ou ajudar por mera conveniência.
O amigo foi considerado inconveniente buscando ajuda à meia-noite, a hora de dormir para resolver problema de uma terceira pessoa. É uma situação em que, existindo laços de verdadeira amizade, os incômodos serão ignorados e o amigo será prontamente atendido. Na verdade, o momento mais propício para reconhecer uma amizade verdadeira é quando passamos por dificuldades.
Jesus não perdia ocasião para ensinar, e também essa parábola ensinava a perseverança em qualquer situação da vida, ajudar mesmo diante das dificuldades, persistência na prece. E também, soma-se o ensinamento maior de Jesus: amar o próximo, ajudando a todas pessoas independentemente de serem nossos amigos, inimigos, ou desconhecidos.  
Um fato que não pode passar despercebido, na parábola, é a intercessão, ou seja, o ato de pedir, rogar por alguém, intermediar a favor de alguém. O amigo perseverante foi em busca de auxílio em benefício de um amigo por não possuir recursos próprios para auxiliar, pedindo então a quem oferece condições para tal.
Interceder por um amigo é um dos mais belos atos de fraternidade e constitui grande benefício quando sincero, levando conforto e energia.
Quando Jesus fala em amigos, refere-se a irmãos sinceros e devotados. Quando agimos na direção da luz, amando sempre, dentro dessas normas sublimes de solidariedade sublime, poderemos contar com a dedicação e do socorro de amigos fiéis.
Quantas vezes a Boa Nova registra a ação de Jesus em favor dos sofredores e desvalidos por intercessão de terceiros. Recordemos, como ilustração, a cura do paralítico de Cafarnaum ou do cego de Betsaida, que são conduzidos à presença do Mestre pelo auxílio de terceiros. Sendo assim, devemos, sempre, atender os amigos, de acordo com as nossas possibilidades.
Não negamos amparo ou assistência aos companheiros que precisam de socorro. A questão da amizade real é da maior importância no texto. Estamos ligados aos amigos pelos vínculos da simpatia.
O dom mais precioso que existe é a amizade. As paixões esfriam. As ilusões de cargos, de posições e de poder se desintegram como em um breve sonho. Da mesma forma, posses, dinheiro e bens desaparecem, assim como surgiram. Tudo é passageiro na existência, menos a amizade. Se bem cultivada, ela se perpetua, amplia e se fortalece ao longo do tempo.
Devemos atender as pessoas por amizade ou solidariedade, jamais para nos ver livres delas. Esta é a atitude cristã e espírita.
Todavia, devemos ter no coração, que se um amigo nos ofende, voluntária ou involuntariamente, não devemos nos conduzir por melindres, pelas suscetibilidades ou mágoas. Ele é um companheiro como nós, que possui imperfeições na alma, e é passível de errar. E assim, em todas relações fraternas faz-se necessária a presença da compreensão e da tolerância. Devemos relevar as ofensas, por maiores que sejam.
Mas, há também mais um ensino claro e insofismável na parábola, se em vez de apelarmos para um amigo, se o fizermos para o nosso Pai Divino? Maior ainda será a certeza do atendimento.
Deus é infinitamente mais solícito para com Suas criaturas do que o melhor dos amigos; assim, pois, qualquer que seja o grau de nossa imperfeição, de nossa indigência moral, se nos dirigirmos a Ele em prece sincera, podemos estar certíssimos de que o socorro da Providência não nos faltará.
Mas, é preciso entender que nem tudo que solicitarmos ao Pai Ele poderá nos atender de imediato, pois Ele nos conhece mais do que nós mesmos, Ele antevê nossas necessidades e conhece nossas fraquezas, e sabe o que é bom para nós. Algo que hoje desejamos muito na Terra, pode ser motivo para nossa queda moral ser maior. E isso não deve ser motivo de perdermos a fé em Deus. A persistência na oração, o cumprimento correto dos deveres, a caridade, bondade, perdão para com o semelhante, é um ato de fé de maturidade espiritual, que nos beneficiará sempre. Sejamos persistentes no bem e na prece, na conversa diária com nosso Pai Celestial.

SEGUNDO MOMENTO: DINÂMICA – EVANGELHO “NAS COSTAS”

Objetivo: Podemos descobrir muito sobre nós mesmos observando nossos irmãos. Verificar a importância de comunicarmos uns com os outros.

Material: Pedaços de papel com passagens evangélicas e fita adesiva

Idade Sugerida: A partir dos 10 anos.

Desenvolvimento:
Colocar as frases nas costas conforme a lista a seguir. Depois de fixos os bilhetes, dizer aos participantes que deverão circular pela sala e explicar a frase contida nos bilhetes das costas dos outros, sem dizer o que está escrito. Depois, parar a brincadeira e, um por um, dirá o que acha que está escrito em seu bilhete e porque chegou a esta conclusão. Caso não descubra, os outros participantes darão dicas. Também pode ser aplicada usando apenas mímicas. Caso o grupo precise, pode-se esticar um cordão e pregar nele as várias passagens, sem os títulos, para ajudar as associações de ideias.

Sugestão dos Bilhetes:
Felizes os que são mansos (calmos, que não gostam de violência, confusão, etc.)
Não faça ao próximo o que não deseja receber dele.
Bem-aventurados os pobres de espírito (pessoas humildes e que sabem que não são melhores do que ninguém, que todos somos iguais perante Deus.)
Bem-aventurados os que choram (sofrer sem reclamar, sem incomodar os outros)
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça (acreditar na justiça de Deus, em sua bondade e sabedoria)
Bem-aventurados os misericordiosos (compreender e perdoar o irmão, esquecendo a ofensa)
Bem-aventurados os limpos de coração (não ter maldade, desejar e agir para o bem de todos)
Bem-aventurados os pacificadores (procurar viver em paz, aquele que acalma as pessoas em situações agressivas)
Ama ao seu próximo como a você mesmo.
O que não quiser para você, não deseje para o próximo.
Dever nosso é ser Caridosos (sempre estar pronto a ajudar as pessoas que estão à nossa volta)
Queira bem a seus inimigos, faça o bem aos que façam o mal.
Todo mal que você receber, faça o bem.


TERCEIRO MOMENTO:

ATIVIDADE 1: Fazer a leitura do texto: “A amizade real”, de Neio Lúcio, psicografia de Francisco Cândido Xavier, e estimulá-los a comentar a história, verificando o entendimento da turma.

ATIVIDADE 2: Distribuir atividade escrita caça-palavras.

PRECE FINAL

ATIVIDADE 1 - TEXTO DE APOIO:

A Amizade Real

Um grande senhor que soubera amontoar sabedoria, além da riqueza, auxiliava diversos amigos pobres, na manutenção do bom ânimo, na luta pela vida.
Sentindo-se mais velho, chamou o filho à cooperação. O rapaz deveria aprender com ele a distribuir gentilezas e bens.
Para começar, enviou-o à residência de um companheiro de muitos anos, ao qual destinava trezentos cruzeiros mensais.
O jovem seguiu lhe as instruções.
Viajou seis quilômetros e encontrou a casa indicada. Contrariando lhe a expectativa, porém, não encontrou um pardieiro em ruínas. O domicílio, apesar de modesto, mostrava encanto e conforto. Flores perfumavam o ambiente e alvo linho vestia os móveis com beleza e decência.
O beneficiário de seu pai cumprimentou-o, com alegria efusiva, e, depois de inteligente palestra, mandou trazer o café num serviço agradável e distinto. Apresentou-lhe familiares e amigos que se envolviam, felizes, num halo enorme de saúde e contentamento.
Reparando a tranquilidade e a fartura, ali reinantes, o portador regressou ao lar, sem entregar a dádiva.
— Para quê? — Confabulava consigo mesmo — aquele homem não era um pedinte. Não parecia guardar problemas que merecessem compaixão e caridade. Certo, o genitor se enganara.
De volta, explicou ao velho pai, particularizadamente, quanto vira, restituindo-lhe a importância de que fora emissário.
O ancião, contudo, após ouvi-lo calmamente, retirou mais dinheiro da bolsa, dobrou a quantia e considerou:
— Fizeste bem, tornando até aqui. Ignorava que o nosso amigo estivesse sob mais amplos compromissos. Volta à residência dele e, ao invés de trezentos, entrega-lhe seiscentos cruzeiros, mensalmente, em meu nome, de ora em diante. A sua nova situação reclama recursos duplicados.
— Mas, meu pai — acentuou o moço —, não se trata de pessoa em posição miserável. Ao que suponho, o lar dele possui tanto conforto, quanto o nosso.
— Folgo bastante com a notícia — exclamou o velho.
E, imprimindo terna censura à voz conselheira, acrescentou:
— Meu filho, se não é lícito dar remédio aos sãos e esmolas aos que não precisam delas, semelhante regra não se aplica aos companheiros que Deus nos confiou.  Quem socorre o amigo, apenas nos dias de extremo infortúnio, pode exercer a piedade que humilha ao invés do amor que santifica.  Quem espera o dia do sofrimento para prestar o favor, muita vez não encontrará senão silêncio e morte, perdendo a melhor oportunidade de ser útil.  Não devemos exigir que o irmão de jornada se converta em mendigo, a fim de parecermos superiores a ele, em todas as circunstâncias. Tal atitude de nossa parte representaria crueldade e dureza. Estendamos-lhe nossas mãos e façamo-lo subir até nós, para que nosso concurso não seja orgulho vão.  Toda gente no mundo pode consolar a miséria e partilhar as aflições, mas raros aprendem a acentuar a alegria dos entes amados, multiplicando-a para eles, sem egoísmo e sem inveja no coração. O amigo verdadeiro, porém, sabe fazer isto. Volta, pois, e atende ao meu conselho para que nossa afeição constitua sementeira de amor para a eternidade. Nunca desejei improvisar necessitados, em torno de nossa porta e, sim, criar companheiros para sempre.
Foi então que o rapaz, envolvido na sabedoria paterna, cumpriu quanto lhe fora determinado, compreendendo a sublime lição de amizade real.

Fonte: “Alvorada Cristã “, Francisco C. Xavier / Neio Lúcio






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